A NOVA AGRICULTURA: EMPRESARIAL E PROFISSIONAL

05-10-2010 10:19

 A agricultura nunca precisou tanto de um trabalho de profissionalização de produtores rurais como neste momento que passamos, sendo que o gerenciamento proporciona este processo.

Através da Administração Rural, que envolve conceitos necessários à tomada de decisão, embasados em análise de resultados comprometidos com o passado ocorrido e a parte de planejamento que decorre dessa análise e de objetivos e metas preponderantes para o encaminhamento da empresa.

O objetivo de repassar esta forma de trabalho para produtores rurais é proporcionar o entendimento do processo de tomada de decisão sob aspectos correlatos como planejamento, organização e resultados, buscando aprofundar-se e embasado em fatos e dados para decidir a continuidade e o futuro da empresa rural.

Para que se tenha profundidade na relação entre produtor e técnico, necessita-se um grau de confiança mútuo, mas antes disso, o técnico deverá conhecer as características inerentes ao produtor para aprofundar numa abordagem mais íntima dentro de aspectos técnicos e gerenciais dentro da propriedade.

Pensando nisso, o maior grau de profundidade alcançada favorecerá na interlocução de necessidades e anseios mútuos, quando ter-se-á maior domínio sobre o negócio em si, tratando-se em assistência técnica.

Foi-se o tempo em que o agricultor, quando precisava de recursos financeiros para custear sua atividade agrícola, bastava procurar o banco e receber um dinheiro subsidiado pelo governo. Ou quando necessitava vender seus produtos agrícolas, era só procurar a Conab e vender a preço bons que o governo determinava. Isto proporcionava uma segurança grande para o agricultor, pois fechava as pontas comerciais, sendo assim, não havia preocupação quanto a utilização eficiente dos bens de produção.

 Tudo isto diminui acentuadamente, pois não existe mais dinheiro subsidiado, nem governo para determinar o preço a ser pago pelos produtos. O que existe hoje, é dinheiro com altíssimo custo para se buscar em bancos, e o preço dos produtos são determinados pelo mercado, de acordo com a oferta e demanda destes.

Dessa forma, o agricultor tem que tomar algumas decisões, partindo da sua mudança comportamental, de que é de fundamental importância a racionalização dos bens de produção para continuar num mercado cada vez mais competitivo.

Nesse momento de extremas modificações do perfil do agricultor, busca-se sempre a diminuição dos custos, pois é a forma que se tem de aumentar a rentabilidade dentro da propriedade. Esta diminuição de custos começa no planejamento adequado da propriedade através da montagem de sistemas de produção capazes de produzirem com alta qualidade e escala de produção, no mínimo custo possível, sem que haja prejuízo na atividade, através de técnicas adequadas a cada tipo de produtor.

Mas, não é apenas na diminuição de custos que se pode trabalhar. Existe um outro fator que é o aumento do rendimento que deverá ser compatível com o custo, ou seja, o aumento do rendimento ou produtividade de uma determinada atividade agrícola deverá ser maior que o custo adicional realizado. Isto se reflete muitas vezes quando existe baixo poder aquisitivo pelos produtores, ou restrição orçamentária, devendo-se estes determinarem em que produto ou operação colocar o dinheiro disponível para que este renda o máximo possível. Quem não tiver habilidade para comprar bem seus insumos e vender satisfatoriamente suas safras, raros conseguirão sobreviver.

O que deve ser considerado é que a agricultura vive de custos de oportunidade, ou seja, deve-se sempre tomar decisões de que forma utilizar melhor os fatores de produção que são a terra, o capital e a mão-de-obra; que andam lado a lado para um bom aproveitamento.

Para tornar a empresa rural eficiente, deve-se pensar em diversificação com especialização, ou seja, saber administrar a complexidade de algumas atividades e com a responsabilidade de levá-las com qualidade e com lucratividade.

Deve-se sobre tudo, aliar as atividades agrícolas economicamente ativas com a conservação e preservação ambiental, de forma dessa, proporcionar condições para cada vez mais produzir. Isto é chamado de agricultura sustentável, sendo aquela tecnicamente correta, economicamente viável, ambientalmente aceitável e socialmente justa.

A necessidade de sempre procurar fazer melhor a cada dia está no fato de que não existe mais espaço para os incompetentes. O que se precisa são pessoa que tenham o conhecimento para realizar as funções certas com as soluções exatas para cada problema.

Através desta forma de trabalho, busca-se exprimir alguns passos de instrumentalização, procurando aumentar a eficiência na atividade a qual cada um trabalha, através de um planejamento eficaz da propriedade, analisando todos os processos e resultados obtidos com cada atividade desenvolvida e tentar melhorá-la.

Sem dúvida, o primeiro passo para a modernização da agricultura é tornar o agricultor um empresário, que administrará a propriedade rural de forma mais séria, tornando-a uma empresa rural.

O começo para retomada do crescimento na agricultura inicia com a educação do agricultor, transformando-o através de ensinamentos o tempo perdido, dos quais muitos, não tem nem se quer o primeiro grau completo. A educação é a base para que os agricultores possam entender o que os técnicos querem informar para melhorar a sua condição de vida.

Com o aumento do conhecimento educacional desses agricultores, pode-se começar a fazer um real treinamento desses, mostrando-lhes os cuidados mais detalhados de manejo das culturas e criações, informando-lhes o porque e como se faz determinada prática.

A necessidade de se estudar como se comportar frente a problemas inerentes da atividade agrícola, faz-se sentido quando vemos que a agricultura é uma mistura de arte, ciência e negócio; com uma forma interdisciplinar e eclética, devido ao grande número de variáveis que o setor proporciona em trabalhar. Não se deve considerar a agricultura apenas uma arte para não tornar-se um empírico; não tratá-la somente como ciência para não ser um simples teórico; e não tornar-se um infeliz mercador aquele que tratá-la como um exclusivo negócio.

Deve-se mostrar ao produtor rural uma metodologia própria de coleta de registro de dados, o qual é fundamental para o processamento das informações e posterior análise dos resultados. Além disso, dar conceitos fundamentais de custo de produção salientando cada componente que propicia este tipo formulação, servindo como parâmetro de avaliação e de suas conseqüências relativas à comportamentos individuais dos componentes.

FLOSS, L. G. A nova agricultura: empresarial e profissional. Agronline.com.br. Disponível em: . Acesso em: 05 de outubro de 2010.

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